quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Razão da Emoção...




Eram para ser só três noites, mas parece que passámos essa barreira, e ficámos unidos para sempre, nesta dolorosa espera, ansiosos que momentos nossos se repitam.
Não é fácil esta espera. Não é fácil esta distância. Não é fácil esta saudade.
Ainda hoje, não entendo porquê?
Ainda hoje, pergunto qual a razão para toda esta emoção prevalecer, se tudo que nos rodeia, nos separa?
Ainda hoje pergunto como continuamos a resistir, sem um do outro desistir?
Mas com toda a certeza haverá uma razão, em paralelo com a emoção, que desconheço. Que só o Universo saberá. Só o destino mostrará.
Razão escondida a sete chaves, razão que a própria razão desconhece, razão que se une à emoção, quando a emoção fala mais alto e nos une em momentos únicos de amor. Onde toda a dor desvanece e só a paixão aparece para nos fazer felizes, para nos mostrar que valeu a pena esperar.
E é aqui. Nestes momentos, que a emoção reage e fala por si.
É aqui que a emoção, juntamente com a razão que desconheço, nos mostra quem realmente somos, o que realmente queremos ser e o que realmente precisamos para sermos “alma”.  
Dou voltas e voltas ao pensamento, na tentativa de encontrar uma explicação, para perceber a razão da emoção vencer sempre, pois está é a única certeza que consigo ter.
A razão da emoção, o amor, a paixão e o coração vencem sempre…!
A razão da emoção vence sempre a razão de não podermos, por agora, ter uma relação.
A razão da alma vence sempre a razão da realidade, a razão da falsa moralidade que nos submete a dias infinitos de pura obrigação social e moral. Se permitirmos a dias infinitos de infelicidade.
Não conseguimos controlar a razão da emoção, mas de mente domesticada conseguimos, no tempo e no espaço, controlar a razão, ou razões do quotidiano e assim, controlar a saudade, a dor e a distância.
A mente faz o treinamento necessário, para que a emoção adormeça com sucesso, procurando motivações e distracções no dia-a-dia, que distraiam da verdade, do que está muito além da realidade, fazendo com que as necessidades vão sendo conseguidas,  camuflando assim a solidão, a saudade, a falta e a carência, para que continuem adormecidas juntamente com a razão da emoção e prevaleça assim, a razão do que está moralmente certo.  
O treinamento é fundamental, é tudo o que se necessita, para suportar o que a razão da emoção comanda, fazendo o que a razão moral manda.
Mas há dias em que é preciso (para bem da sanidade mental de cada um), ceder finalmente à razão da emoção e deixar que os nossos momentos únicos se repitam. 
Deixar a razão moral desvanecer, trazendo então, momentos de grande tesão, cheios daquela enorme sensação que só se sente por inteiro.
Só se sente no amor!
De corpo, alma e coração, decidimos viver momentos de pura paixão, cheios de emoção. Momentos que afinal nos dizem, que o coração tinha razão…


Susana Bastos
( Todos os direitos reservados ao abrigo do código de autor)