Eram
para ser só três noites, mas parece que passámos essa barreira, e ficámos
unidos para sempre, nesta dolorosa espera, ansiosos que momentos nossos se repitam.
Não
é fácil esta espera. Não é fácil esta distância. Não é fácil esta saudade.
Ainda
hoje, não entendo porquê?
Ainda
hoje, pergunto qual a razão para toda esta emoção prevalecer, se tudo que nos
rodeia, nos separa?
Ainda
hoje pergunto como continuamos a resistir, sem um do outro desistir?
Mas
com toda a certeza haverá uma razão, em paralelo com a emoção, que desconheço. Que
só o Universo saberá. Só o destino mostrará.
Razão
escondida a sete chaves, razão que a própria razão desconhece,
razão que se une à emoção, quando a emoção fala mais alto e nos une em momentos
únicos de amor. Onde toda a dor desvanece e só a paixão aparece para nos fazer
felizes, para nos mostrar que valeu a pena esperar.
E
é aqui. Nestes momentos, que a emoção reage e fala por si.
É
aqui que a emoção, juntamente com a razão que desconheço, nos mostra quem
realmente somos, o que realmente queremos ser e o que realmente precisamos para
sermos “alma”.
Dou
voltas e voltas ao pensamento, na tentativa de encontrar uma explicação,
para perceber a razão da emoção vencer sempre, pois está é a única certeza que
consigo ter.
A
razão da emoção, o amor, a paixão e o coração vencem sempre…!
A
razão da emoção vence sempre a razão de não podermos, por agora, ter uma
relação.
A
razão da alma vence sempre a razão da realidade, a razão da falsa moralidade
que nos submete a dias infinitos de pura obrigação social e moral. Se
permitirmos a dias infinitos de infelicidade.
Não
conseguimos controlar a razão da emoção, mas de mente domesticada conseguimos,
no tempo e no espaço, controlar a razão, ou razões do quotidiano e assim, controlar
a saudade, a dor e a distância.
A
mente faz o treinamento necessário, para
que a emoção adormeça com sucesso, procurando motivações e distracções no
dia-a-dia, que distraiam da verdade, do que está muito além da realidade, fazendo
com que as necessidades vão sendo conseguidas,
camuflando assim a solidão, a saudade, a falta e a carência,
para que continuem adormecidas juntamente com a razão da emoção e prevaleça assim,
a razão do que está moralmente certo.
O
treinamento é fundamental, é tudo o que se necessita,
para suportar o que a razão da emoção comanda, fazendo o que a razão moral
manda.
Mas
há dias em que é preciso (para bem da sanidade mental de cada um), ceder
finalmente à razão da emoção e deixar que os nossos momentos únicos se repitam.
Deixar
a razão moral desvanecer, trazendo então, momentos de grande tesão, cheios
daquela enorme sensação que só se sente por inteiro.
Só
se sente no amor!
De
corpo, alma e coração, decidimos viver momentos de pura paixão,
cheios de emoção. Momentos que afinal nos dizem,
que o coração tinha razão…
Susana Bastos
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