terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Tanto barulho em silêncio...




Quebraste o meu silêncio, quebrei o teu e fazemos tanto barulho em silêncio. 
Amamos-nos como já ninguém ama e enroscados fomos sempre só um. 
Tão puro, tão autêntico, tão sincero, mas hoje de ti acho que mais nada espero, que já não posso ter o que quero. Regressaste ao teu silêncio, tenho que regressar ao meu. 
Disseste nunca me deixar fugir de ti, mas afinal foste tu que te ausentaste de mim, que retomaste ao teu silêncio.
Dizes que me amas como nunca amaste ninguém, que não sabes ser feliz com outro alguém, mas a verdade é que não vens e já nem fazes barulho suficiente que me mostre que não te saio da mente.
Esperas que adivinhe?
Esperas que não desistas de ti?
Como me podes querer ter, se te fechas no teu sofrer e nada fazes para me manter...
Dizes que ainda me amas. Mas ninguém diria que ainda sentes o que antes sentias.
Se te amo? Mais que nunca, mas mais não posso fazer, se não me voltares a mostrar o teu querer.
Resta-me encontrar de novo o meu silêncio, como pareces ter encontrado o teu.
E neste barulho ensurdecedor quando nossos olhares se encontram, eu sinto a minha dor, o meu amor ou pior, eu sinto a tua dor, tal como sinto o teu amor.
E tu sentes?

Susana Bastos
(Todos os direitos reservados ao abrigo do código de autor)

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