Há o que é, o que foi, o que será
O que devia ser, mas não dá
O que é dito e não dito
O que é feito e não é
Há o que se sente
O que não se sente
O que se finge sentir
O que se é obrigado a sentir
Há o que se ouve
O que se diz, o que se faz
O que se pensa e não se diz
O que se diz e não se pensa
O que se deseja e não se pode ter
O que se têm e já não se deseja
Há o que aparece e desaparece
O que foge e não quer fugir
O que quer fugir e não foge
E ainda o que pode fugir
Mas não tem coragem
Há o que ama e não pode ter
O que tem e não ama
O que finge amar
E o que ama sem fingir
Há o previsível e o imprevisível
O provável e o improvável
Há um mundo cá dentro
Um mundo lá fora
O ser que perdoa o imperdoável
E o que não perdoa o perdoável
Há o conhecer e não conhecer
O igual a si mesmo
O igual a todos,
Há o viver e não viver
O somente sobreviver
Há o diferenciar ou não diferenciar
O querer bem
O querer mal
Há o ser animal
O que se diz ser racional
E ainda há o original
Para ele o importante e fundamental
É conseguir tudo contrariar
Para primeiro se amar
Conseguir ser feliz
E lutar por tudo o que sempre quis
Susana Bastos
(Todos os direitos reservados ao abrigo do código de autor)
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